Cassiano Cacique lança primeiro single ''Ele é Black''!
- Na Veia
- 8 de jan. de 2018
- 3 min de leitura

Com uma embolada dub, sua música reflete o cotidiano da população pobre e negra do Brasil e a indignação com o descaso em relação a Rafael Braga – jovem negro que foi condenado a 11 anos de prisão por portar 1 garrafa de Pinho SOL e uma quantidade de maconha que o coloca perante a lei como usuário.
Nascido em Pernambuco e criado na periferia de São Paulo o cantor Cassiano Cacique apresenta seu primeiro trabalho musical oficial com o som Ele É Black. Na letra, aborda questões sociais como a opressão do Estado no caso Rafael Braga e o tratamento da polícia em relação aos negros. Na batida, endossa um novo gênero musical, a Embolada Dub. Com produção assinada por Buguinha Dub e masterização de Carlinhos Freitas (Classic Master), o single ganhou liric vídeo e já viralizou nas redes.
Poeta, compositor, embolador, rapper, instrumentista, cantor e repentista! Cheio de referências, Cassiano ganhou o apelido cacique por conta da avó que era índia, o avô repentista o ensinou a arte da rima e ganhará homenagem no título do disco, com previsão de lançamento no primeiro semestre de 2018: “Aprendi a enxergar com um cego”. As 7 faixas que estão por vir passeiam por ritmos latinos e africanos, misturados a timbres eletrônicos, carimbó, afrobeat, dance e uma pitada de samba, já que o cantor acumula também experiências vividas com os grupos A Cor do Som e Nova Era nas noites da terra da garoa. Seus sons representam uma mistura boa entre a cultura do agreste de Pernambuco com a Periferia de SP, onde é ativista da questão dos índios da aldeia Tekoá e participa de eventos dos coletivos Salve Kebrada e Sarau Segunda Negra. O próximo single será apresentado em janeiro, “Soma do Dia” faz uma referência ao Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley e contará com produção de Rafa Moraes.
"Ele é Black
Levanta a mão seu vagabundo
dê a peça, o pó, o fumo
Se tem casa tome rumo
Tá na rua, lhe aprumo
Entre a seca, o sal e o sumo
Nasce a besta, o mal e o furo
Na cabeça do presunto
Antes dele se apresentar
Em todo canto a mesma ideia
Pra delírio da plateia
No jornal ou na novela
O bicho pega é na favela
A cor do mano, a pele dela
Passa o pano e cobre a tela
É sangue humano e congela
O coração que quer parar
Passei ligeiro, acelerado
Na mente um baseado
A luta pelo meu trabalho
O medo de ser vigiado
O ganso aponta, acusado
A vida muda, condenado
A lei é pra manter calado
Pobre que tenta falar
Era só um beque
Não era do verde
Ele é black
Era só um beque
Não era do verde
Ele é black
A presunção de inocência
É lenda na minha vivência
A grana dita a diferença
Incentivar a concorrência
Paga mais tem preferência
Pra sua conveniência
O bolo é trimmm na ocorrência
E o doutô não vai lavrar
E quem pagou tem que levar
Quem recebeu tem que lavar
Alguém falou em liberdade
E não contou toda a verdade
A cor da sua identidade
Determina a validade
O prazo vence antes que acabe
A vida crua cheira carne
De segunda qualidade
Na cadeia alimentar
Na cadeia elementar
Na cadeia a lhe matar
Se tu não tem advogado
Pode crer, tu tá lascado
É cana dura no escracho
Corró, Xis, foi condenado
Prisioneiro do Estado
Cangaceiro desgraçado
Nunca mais vai ter trabalho
Que é pra vida piorar
Que é pra vida penhorar
Que é pra vida pendurar
(Sampler do advogado de Rafael Braga)
Em SP a rota mata
Arrota o corpo numa vala
A vela acesa queima a cara
Na capela ajoelhada
A mãe pede desesperada
O sangue é feito de lágrima
Amarga a reza, a boca cala
E o olho pede pra fechar
Eu vim do norte, nordeste da embolada
Lampião gastou foi bala
Se vingou de quem só mata
Preto e pobre na quebrada
Arrego é lobby e se não paga
Os homi vão vir lhe cobrar
Os homi vão vir lhe quebrar
Os homi vão vir lhe estourar
Nasci no meio do agreste
Chão rachado
A seca mata todo o gado
A peste queima o roçado
São João salve meu passo
Caruaru bairro Salgado
Vou me embora pra São Paulo
Aprender a me virar
Aprender a me inventar
Aprender me vomitar
Jardim Rincão, Cantagalo, Pirituba
Cuba Libre, lombra curta
Joaniza minha gruta
Grita a fome, sangue suga
Quem não come não tem culpa
Bicho homem não se iluda
Sua conta vem com multa
E a fatura vai chegar
E a fortuna vai chorar
E a fartura vai secar"
Música: Ele é Black
Genero: Embolada Dub
Autor: Cassiano Cacique
Interprete: Cassiano Cacique
Produção: Buguinha Dub
Colagens: Buguinha Dub
Alfaia e Sintetizadores: Buguinha Dub
Baixo: Pedro Diniz
Guitarras: Arthur Soares
Lyric Colagens: Cassiano Cacique
Edição: Cassiano Cacique
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCWjMlGhnwSstz0P84RCHtEA
Facebook: https://www.facebook.com/cassiano.clemente
Instagram: https://www.instagram.com/cassianocacique/
Então é isso família NA VEIA, acompanhe o Cassiano Cacique nas redes socias e fique ligado em mais lançamentos poque VEM PESO POR AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!
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