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Atuante forte na cena do rap nacional, nossa convidada de hoje é a maravilhosa artista MEIRE D'O

  • NA VEIA_MC BOBX
  • 29 de out. de 2017
  • 8 min de leitura

E hoje o blog NA VEIA está mais pesado do que nunca com a talentosa artista MEIRE D'ORIGEM' que em um papo maneiro com o nosso colunista BOBX MC mostrou a que veio e porque tem se destacado tanto na cena nacional!!!! Com vocÊs a maravilhosa MEIRE!!!!!!!!!

1- Meire você promove inúmeras oficinas de poesia, até que ponto vocÊ acredita que esse trabalho pode mudar a vida de um jovem?

MEIRE: Sim, acredito no Hip Hop, na musica, na arte, na cultura como meio de transformação, acredito que as pessoas não são más elas só estão perdidas (parafraseando Criolo) o Hip Hop pode e deve ser a luz, pode ser esse caminho.. As pessoas assim como eu, aqui podem se encontrar!

2 - Vemos o grande crescimento das mulheres na cultura HipHop, quais são as mulheres do rap que vOcê mais ouviu e ajudou a influenciar sua obra?

MEIRE: Mulheres me influenciam sempre, do Rap ou não, mas no RAP, grandes influencias foram Lauryn Hill, Rah Digga, Queen Latifah, nacionais seriam, Visão de Rua, Negra Li, Rubia RPW, La Bela Mafia, Tina, Cris SNJ, Tiely Queen, Sharilayne, entre outras da minha geração, hoje a gama de mulheres é bem maior e sou fan da grande maioria, só de ser mulher ja é resistência saca?

3 - Em 2013 vocÊ participou juntamente com outras grandes Mulheres contribuindo com um texto para o livro Perifeminas vol.I, que se trata do primeiro registro oficial das mulheres no hip hop no Brasil, nos conte sobre esse feito !

MEIRE: Faço parte da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, um grande questionamento sempre foi a inexistência de registros sobre nós, sobre nossos feitos no Hip Hop de modo geral no Brasil, esta História precisava ser contada, infelizmente Dina Di faleceu no ano de 2010, quando da criação da Frente Nacional, onde nos encontramos no 1ºForum da Frente, onde ela participaria conosco, no entanto após as complicações no parto precisou ser internada novamente e veio a óbito, mas o livro registra uma homenagem também a ela..

4 - Quais as maiores dificuldades pra vocÊ sendo mulher é independente em um segmento predominado por homens?

MEIRE:Acho que esta questão já esta escura pois vimos debatendo e propondo reflexões em nossas letras de rap, nosso posicionamento em redes social também retratam esse quadro, bem como nosso afrontamento, as dificuldades são as mesmas a perseguição, boicote,falta de espaço digno, e a falta do trato com as mulheres, piadinhas nos camarins, assedio por parte de contratantes e participantes de festas, e eventos, etc, bem como a dificuldade encontrada para gravações ou seja para produção de conteúdo de qualidade, para alavancar nossos trabalhos, a falta de interesse das grandes mídias de RAP nacional e por fim a invisibilidade que sofremos desde que o mundo é mundo. Mas o aviso é "temos uma missão e não vamos parar", não seremos silenciadas...

5 - Em 2013 vocÊ foi contemplada com seu primeiro video Clipe "De Origem Africana" fruto da premiação em 1o lugar na 2a edição do Festival Mulheres Mcs na Capital SP, ao lado de seu grupo D'origem, como foi essa realização?

MEIRE: Sim, momento inclusive de muita felicidade pra nós, naquele momento nem nós mesas acreditávamos que poderíamos sair com o 1º lugar, na real se não me falha a meóra o 3º lugar ficava com um microfone, e lembro de eu e Ary brincarmos no camarim "se sair o mic ja estamos no lucro", lembro do Tiely Queen, e Amanda negrasim, DJ Simone Lasdenas e outras, sempre que nos encontravam falando que eramos boas, eramos capazes, quando pisamos no palco e eu vi a cara do jurado, eu senti que conseguimos passar para eles o que queríamos, foi magico, porque nosso amor é real, foram mulheres de todo país inscritas e nós as meninas do interior levamos o 1ª lugar para casa, isso não nos faz, nem fez melhor que as nossas irmãs, mas é um combustível pra seguir, se não fosse esse projeto não teriamos gravado nosso primeiro video clipe que alavancou nossa carreira no RAP BR.

6 - Em 2014 vocÊ lançou sua primeira EP, intitulada "SE RENDA" que contou com participações de Amanda NegraSim, DJ Simone Lasdenas, Lua Rodrigues entre outras esse trabalho teve uma ótima aceitação da crítica e foi muito aceito principalmente pelo público feminino tanto é que em 2015 vocÊs o lançaram em projeto físico com uma tiragem de 1 mil cópias, nos conte como foi esse processo de produção?

MEIRE: Foi um momento de muito amor e união entre nós, eu preta Ary e D'soul, hoje conhecida como Daniele Da Mata, nós trabalhamos muito, choramos muito pra conseguir a realização desse sonho o mérito é de todas... Tmb não posso esquecer de citar o Dö nosso amigo e produtor do (pura rua crew), que além da paciência conosco, facilitou em termos financeiro demais nossa vida, mais um motivo para conseguirmos produzir nossa EP, Skeeter tmb fechou com produções e teve as fotografias, lembro que quando fomos fazer essas fotos, o Paulo Café, Tássia Reis, entre outras pessoas passaram o dia num estúdio fotográfico conosco, produzindo e dirigindo, eles tiraram roupas de seus armários e isso não tem valor saca? Depois nós fizemos a EP, eu Skema, Ary e Leandro fomos pra Sampa buscar, foi engraçado, nunca voltei tão feliz e tão amassada num carro, parecia que estava vindo da maternidade com um filho nos braços, chorei muito...

7 - Vimos que em 2016 ao lado de Brisa Flow e Livia Cruz você participou da bombástica Cypher “Mente engatilha” pelo canal Rap Box, e em Março/2017 vc Meire Lança a Cypher “Efeito Borboleta” também pelo canal Rap Box desta vez ao lado do Rap Pluz Size, Taz Mureb, Cintia Savoli e Livia Cruz, com o beat da renomada Bad Sistah como foi esse processo é estar ao lado de tanta gente boa?

MEIRE: 2016 após fechar com algumas MCs que de ultima hora não puderam participar, Lívia Cruz lançou uma campanha de indicação via Net, e uma mulher muito especial Nerie Bento me indicou, ela trampa com a assessoria do Dö, alias preciso dizer ela é phoda, ele que nos apresentou, bom Lívia lançou o convite e eu nem pensei duas vezes, quando vi ja estava lá com duas mulheres que eu me referencio, amo escuto e admiro, Lívia e Brisa, pra mim foi e é um dos momentos mais importantes da minha carreira, porque eu pude externar minhas inquietações e minha mensagem para um numero maior de pessoas, com um alcance significativo, recebo até hoje muitas msgs de mulheres dizendo da importância da minha letra em suas vidas, as pretas se sentiram representadas e as mulheres de modo geral também, era tudo que eu queria, por que se nós não falarmos de nós mesmas e por nós quem o fara?

Efeito Borboleta foi muito louco né? Pq, eu fui convidada por uma produtora do RJ, assim coo as meninas, passamos 3 dias la, confinadas num hostel muito estranho, zuado mesmo rs, trampando de fato e amargando, mas eu estava feliz por que estava ao lado das minas mais braba do RAP Br saca? A Sara Donato por exemplo ja temos uma história saca?De anos inclusive, nos conhecemos desde a época do Mulheres no Hip Hop, acho que ja tem uns qse 10 anos,ja temos trapo juntas "Interior tem Voz" e eu vi uma rosa desabrochar sou fan dela, essa menina mulher é verdade, e o fechamento dela com Issa uma das minas mais fodas que conheço é sem igual, elas são mais que irmãs véi, e porra Cintia Savoli né fei? E Taz mureb, meu coração tava como? rsrsrs Mas o trampo não nos contemplou no sentido de qualidade, voltamos pras nossas casas e Livia conversou com o Leo do Casa1, ele é um cara sensacional e visionário e nos abriu os espaços necessários e começamos tudo do começo literalmente la, mas eu preciso enfatizar Lívia Cruz aqui, ela é uma mulher fantástica, falo por mim, ela acreditou em mim e isso não tem dinheiro no mundo que pague saca? Sou muito grata. Por fim o trampo saiu e meu sem comentários de la pra cá o barato ta cada vez mais louco, as minas cada vez mais braba e eu cada vez mais feliz!! rsrsrs

8 - O Racismo o machismo e a homofobia esta infelizmente impregnado na sociedade, como você vê o HipHop usado como ferramenta pra lutar contra esses males!

MEIRE: Sim esta, e as ferramentas são nossos DONS, em tudo pode ser passado uma reflexão, não é fácil ser MC? Não, mas também não é fácil ser b.gilr, ser DJ, ser Graffiteira, ser preta, ser gorda, ser lésbica, ou ser bi sexual,ETC, nada é fácil, essas Histórias precisam ser contadas, e nós precisamos resistir, porque eu vejo um esvaziamento/apagamento do discurso, eles querem que a gente passe a falar de coisas banais, cabelo, roupas, makes etc, é importante? Faz parte do empoderamento? Sim, no entanto não podemos deixar sob hipótese alguma, que as questão acima sejam descartadas, sejam minimizadas, satiradas, precisamos falar que no Brasil o numero de detentas cresceu qse 700% nos últimos 16 anos, precisamos falar que essas mulheres são esquecidas por suas famílias e sociedade, que seus filhos são tirados de uma fora brutal, é preciso falar da solidão da mulher preta, precisamos falar das índias e das mulheres que estão ai vencendo desafios como Adriana Araújo que Cito na minha ultima participação na Cypher Bruxaria, somos nós as bruxas do mundo moderno e nossa história precisa ser contada.

9 - Nos conte sobre o single solo “ A Profecia” beat e produção da símio prod e mais vídeo Clipe com produção da Jean Furquim (Gira Mundo), um dos mais renomados do ramo no país!

MEIRE: Eu sou grata a minha herança do RAP, e da Musica preta em sí, SOU GRATA AS MULHERES AS MULHERES EM ESPECIAL, acredito que as mulheres hoje, como eu disse as bruxas do mundo moderno, são resultados das profecias, muitas mulheres, como Dina Di, profetizaram que se nós nos juntássemos os mano iriam se desesperar, Brisa cantou em 2015 se não me falha a memória "Jogo ainda não virou mais vai virar" e eu venho em 2017 pra dizer pra dizer que o Jogo virou mesmo, ta virando, estamos sendo protagonistas da nossa História e isso é muito lindo, obrigada Rap Nacional, " E a profecia se concretizou jogo virou" <3

10 - Como o HipHop entrou na sua vida ?

MEIRE: Eu tinha uns 15 pra 16 anos era extremamente rebelde, cria da rua, pai alcoólatra, mãe evangélica e regida pelo patriarcado, não fui criada por eles sempre estava na casa de um e outro minha mãe nos deixava como forma de proteção, ele era agressivo, sempre ia preso, mas sempre voltava ele também foi fruto da violência domestica na sua infancia meu avô era extremamente agressivo segundo ele, e como herança o oprimido/agredido, virou opressor/agressor, enfim, me envolvi com o mundo da criminalidade afinal na perifa, adolescencia, misturada com carencia e abandono não poderia ser diferente né? Minha irmã Simara, sabia de tudo sempre vinha atras de mim, era evangélica, orava por mim, me trazia cartas,ela um dia foi em casa disse que em sua igreja havia uma galera que fazia um tal de "movimento Hip Hop" que tinha a minha cara, e que ninguém me julgaria,que eu não precisava mudar pra ir, podia ir do meu jeito mesmo, eu comecei a ir, minha prima Andrea, que criou essa minha irmã desde a infância, resolveu me dar uma oportunidade, me levou pra morar com ela, e segurou minha mão todos esses anos, e eis me aqui!! O Hip Hop transforou a minha vida foi assim que ele entrou, ele foi a cura da minha alma, ele foi a salvação. Obviamente Deus conhece o coração de cada um de nós e foi assim que ele fez a obra na minha vida saca? Eu não frequento igrejas mais, mais acredito demais e Deus, no cosmo, na força da nossa fé e na bondade do nosso coração!

11 - É verdade que em 2018 está previsto o lançamento da EP solo intitulado “ A Profecia”, com diversas participações de peso, o que vOcê pode nos revelar sobre esse trabalho?

MEIRE: Sim, 2018 "A profecia" se cumprirá de fato em minha vida, e posso afirmar que que viver verá rsrsrs, minha irmã Preta Ary, estará comigo em algumas das trecks mais importantes desse trampo SOLO, assim como varias pessoas que amo e admiro, pra deixar um gostinho vou soltar algumas tracks até o lançamento oficial, e boah, estou trabalhando bastante, varias manas, e varios manos me fortalecndo, alias salve para os anos que fortalecem o trampo das minas, RAP NÃO TEM GENERO, musica boa é musica boa e pronto, vc não diz, MPB FEMININA então vamos dar os creditos a quem erece os creditos independente de genero.

É isso, gratidão, eu agradeço de coração essa oportunidade de poder externar, e reviver meu amor por essa cultura chamada Hip Hop!!

Dont'stop Hip Hop...

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