top of page

GRUPO ''CARTA NA MANGA'' LANÇA CLIPE ENTITULADO ''ROLEZINHO'' COM PA

  • NA VEIA_MC BOBX
  • 7 de jun. de 2017
  • 7 min de leitura

O grupo de rap nacional CARTA NA MANGA lançou agora pouco em seu canal no youtube o clipe ''ROLEZINHO'' que com participação do rapper BK, e dos pesos Marcão Baixada e Flávio Antiéticos ficou pesado na cena! Com composições bem lançadas e parcerias de sucesso, essa banca que vem se destacando no cenário músical, são nossos entrevistados de hoje!

1-Por que a escolha do nome Carta na Manga?

r: A gente precisava de um nome maneiro que jogasse com a sagacidade da rua. Pensamos em vários, e o que inspirou a gente foi ver os velhinhos cachaceiros jogando carteado numa praça qualquer da cidade.

2-Desde quando estão no Hip Hop?

r: Tamo participando dos encontros de hip hop no Rio desde 2007. Escutamos o primeiro rap lá por 2002, 2003. Fomos gravar enquanto Carta na Manga em 2009, e pisamos no palco como Carta na Manga no Festival RPB, realizado no Viaduto Negrão de Lima final de 2010.

3-Onde se encontra o rap carioca nesta atual visão da política em meio a bagunça que estamos vivendo?

r: Olha, é uma questão difícil de se responder. A grande questão não é se o rap carioca ou nacional tá se posicionando em relação aos escândalos, mas em como está se posicionando. Que tipo de articulação estamos movimentando entre a gente? Eu vejo que a cultura de rede social criou uma maneira de se pensar #hashtag, de produzir opinião com velocidade para conseguir alguns likes. Acho que tá faltando espaço de reflexão e amparo para a gente pensar junto e entender melhor a conjuntura enquanto movimento hip hop. As rodas no Rio são uma potência, é foda ter uma molecada na rua em todas as áreas da cidade. Mas se a gente não resgatar a memória de lutas do rap nacional , a gente vai acabar numa geração totalmente confusa, vaidosa e que vira isca fácil para compactuar com o discurso pautado pela grande mídia. Não adianta só denunciar corrupção como qualquer um que veste a camisa da CBF em Copacabana, se a gente tá fechando os olhos para as desigualdades sociais da cena hip hop: se a gente tá compactuando com o racismo, com o machismo e com a maneira completamente liberal e competitiva de se pensar as nossas parcerias. O mercado é importante, todos querem viver de sua arte, mas pensar a cultura apenas pela lógica do mercado é tiro no pé. Pra continuar vivo na rua fazendo roda vai ser preciso mais organização e articulação. Pra ter mais chances de fazer sucesso com autonomia é preciso pensar politicamente as parcerias.

4- Qual a opinião de vocÊs sobre a cena atual do rap nacional?

r: A atual cena é muito vasta. Acho que existe uma diversidade muito grande de propostas estéticas, de novas formas de se pensar a poesia e a musicalidade e isso é bom pra caramba. Recomendo aqui o público se engajar no trabalho de pesquisa, tem muitos artistas talentosos e diferentes com menos visibilidade, que às vezes se a gente não dedica um tempo para descobri-los, a internet nos joga naquela mesma bolha de sempre. Acho que falta a mídia abrir mais espaço para as propostas alternativas. Ou então a gente se engajar para fazer novas mídias alternativas, organizar redes. Emociona a cena que ainda se preocupa com a urgência do verbo, com a contundência da palavra e com uma identidade popular brasileira.

5- Quais são as principais dificuldades de ser fazer rap no Brasil?

r:Ser artista independente no sentido mais precário da palavra é lidar com poucos recursos e com pouquíssimas pessoas ajudando. É lidar com a instabilidade e com o investimento sem garantia de retorno.Você faz do jeito que dá, pagando o que pode, se endividando, enfim, não tem romantização nenhuma em ser precário e independente nesse aspecto. Quando você fala de rap hoje, você lida com a pressão de um mercado independente extremamente competitivo, onde artistas que se dizem independentes já estão articulados com uma estrutura maior de produção. O público também tá cada vez mais com o olhar da competição, das batalhas de rap. Se alguém hoje se joga na profissão MC/beatmaker, vai lidar muito com esta pressão e ainda vai lidar com a estigmatização e com o olhar preconceituoso de outros setores. A sagacidade maior é cuidar da saúde e pensar com tática.

6- Qual é a importancia da lusofonia, no trabalho que vocÊs fazem? E como foi participar do FESTIVAL TERRA DO RAP?

r: É um aprendizado e uma experiência muita rica pra gente enquanto pessoa e pra nossa linguagem enquanto artista. Aquela conexão do Festival Terra do Rap é fantástica, responsa demais. Faz a gente sentir que viveu muita coisa em pouco tempo. E de fato vivemos. Vários amigos pelo mundo, o hip hop é muito potente nessa comunicação.

7- Ao que atribuem essa grande aceitação do público com o rap que vocês produzem?

R: Nós lutamos ainda para tá se comunicando cada vez mais. Os grandes festivais tem reconhecido a gente, tão levando a gente para os grandes palcos. O FIMPRO 2016 em Gualadajara foi muito importante, cê fica até sem entender, como assim fomos selecionados entre as 15 promessas da música independente latina?

Poder dividir palco com a Tulipa Ruiz e com artistas vencedores de Grammy Latino, ali lado a lado, dá ânimo pra continuar fazendo a parada com a nossa sinceridade. Foi foda também ter aberto shows de grandes artistas, do Rappa até o Luan Santana e ter conseguido fazer os públicos mais diversos gritarem sem conhecer nosso som. Ano passado fomos terceiro lugar num festival de bandas naciona, com mais de 600 grupos concorrentes. Várias bandas fodas e nós de DJ e MC, colocando o rap nacional no seu lugar de direito. Acho que tem uma energia misteriosa que se bota na hora de escrever e na hora de cantar. Acreditamo nessa força.

8- Nós do blog gostamos do albúm ''365 CARNAVAL''. Porque este tema, e como surgiu a idéia do nome?

r: Valeu, responsa! A gente queria falar do carnaval enquanto metáfora para cantar toda essa doideira que é o RJ. Falar da potência do carnaval enquanto ocupação de rua por diversas pessoas, é o que a gente vê no Rio de Janeiro. As rodas culturais, os saraus de rua, os bailes, as manifestações.. tudo é um caos que transita entre a revolta e a folia, entre a desigualdade gritante e a subversão pela festa. 365 seria a imagem de um ônibus que circula a cidade e que vai captando estas sonoridades e histórias que vivemos ao cantar por aí.

9- Fale um pouco sobre estas participações neste albúm!

r: São participações que aconteceram pela afinidade de tocar junto. Carta, Marcão e Antiéticos ficaram um tempo dividindo os mesmos espaços,tocando nos mesmos locais, rolou uma energia boa. Fábio Emecê é um mc e um poeta que a gente admira e mantém uma troca foda. Fernando Espanhol fez parte de uma parceria entre Carta e Descolados, cantamos juntos na França, na Fundição e no Baile da Mondé. Acho que o Gabriel Marinho, que é o produtor musical e cabeça da Mondé, foi uma conexão fundamental com toda esta cena que tá presente no disco. Bk é um MC habilidoso que curtimos a vera o som e que topou colar junto, viramos aí parceiro de rolé, Erik Scratch é outro parceirão que a gente vivia trocando idéia na pista e deu uma contribuição fundamental para a parada ficar com uma cara de hip hop.Na faixa "Quarta de Brasas", última do disco, contamos com a participação muito especial do irmão Grillo Mulambo Jazz Agrário, que tocou pífano, e infelizmente veio a falecer algumas semanas após essa gravação. Nosso disco dedicamos à memória dele. Um parêntese especial também aos músicos que trabalharam no disco, em especial o baixista e arranjador Alexandre Seabra e o guitarrista Guilherme Menezes, diretamente responsáveis pela sonoridade de faixas como "Carnaval sem Fim", "Lua" e "Quarta de Brasas".

10- Música preferida de cada um no albúm ''365 carnaval''?

r: Mau Du Carta: Dificil falar. Eu, Mau, tenho um carinho especial por Calor no Baile e por Quarta de Brasas, que pra mim é a música de espiritualidade do disco. Mas isso varia, tamo sempre mudando de opinião.

11- Nesse disco podemos sentir uma Brasilidade com tempero latino em algumas faixas, é um mercado que vcs sempre gostaram de transitar ou foi uma questão de mudanças de linha de trabalho?

r: Sempre foi uma busca nossa. Uma identidade brasileira, latino-americana. Apesar de ouvir muito o rap norte-americano, a gente sempre buscou beber mais do calor daqui, que é outro rolé.Curtimos muito o show que fizemos no México também por causa dessas influências. Estamos com algumas idéias interessantes ai pro futuro. Aguardem um carta mais "tropicaliente" em 2017.

12- Quais são as referências musicais do Carta na Manga ?

r: Música popular brasileira e música urbana periférica. Tamo interessado em ouvir mt rap diferente de tudo que é canto e de ouvir a poesia brasileira dos nossos grandes mestres da antiga: Chico Science, Bnegão, D2, Black Alien, Tim Maia,Jorge Ben, Gonzaguinha, Caetano e Gil, Elza Soares, Racionais. Da rapaziada mais dos tempos atuais curtimos Emicida, Criolo (que fica entre o antigo e o novo), Rincón Sapiência, Karol Conká, a rapper chilena Anita Tijoux, Nego do Borel, dentre outros. E somos fans da rapaziada que trampa com a gente, o grupo PensoAtivo, nossos sócios no selo Ta Classi, Familia Zero Bala, Marcão Baixada, Nyl MC, Antiéticos. Só familia.

13- O que os fãs do trabalho de vocÊs podem esperar do Carta na Manga?

r:Pode continuar esperando música feita com amor e urgência. Tamoí pra botar nosso som no mundão.Tamo aí pra misturar e buscar o novo.

14- Como definem o HIP HOP?

r: Hip Hop pra gente é o movimento que a rapaziada faz na cidade para expressar coisas que nenhum outdoor, profissão burocrata, prédio e tédio são capazes de dar conta. Hip hop é o que faz a gente tá vivo pra romper com toda babaquice que não fala pela gente. É a escuta das vozes dos becos que gritam nos muros. É o movimento dos corpos inconformados com a disciplina dos exércitos, são os versos inflamados dos que se jogam no desamparo da cidade, é nossa memória, é nossa linguagem. Tamo aí pra somar.

Então é isso galera, se curtiu esse grupo de peso que so vem crescendo na cena nacional, segue @cartanamangarap nas redes sociais e fica ligado que vem peso por ai!

r:


Comments


#naveia #colacomagente

TUDO O QUE É BOM TA NA VEIA
 tmj:
  • Facebook B&W
  • Instagram B&W
 POSTS recentes: 
 procurar por TAGS: 
bottom of page